Apagão de mão de obra em 2022 já começou
8 de setembro de 2022Emprego em alta a partir de agosto e setembro
18 de outubro de 2024A imprensa alardeando 200 mil novas vagas de emprego em junho e 800 mil vagas no primeiro semestre, tudo parece que caminha bem, certo? Mas, de fato, 20 % são vagas no setor público e 33 % são reposição devido a pedido de demissão. 95 % das vagas no setor privado, são criadas por micro e pequenas empresas e assim caminha o país. O mercado para média e alta gerência este ano caiu 50 % no volume de contratações. A única coisa positiva nisso tudo é que os bons currículos estão sendo disputados.
Poderia ser pior, mas deve ser melhor neste segundo semestre em relação ao primeiro por causa de vagas represadas, como explicaremos a seguir. Essas contratações são fruto de reposição de vagas perdidas, ainda da crise econômica da Dilma e da pandemia, insuficiente para alavancar crescimento sustentável a médio e longo prazo. O PIB de 2024 cresce baseado no consumo e não em novos investimentos, e como o consumo também não anda lá essas coisas, só rezando.
Isso reflete nas contratações da indústria de transformação que esse ano, novamente, deve ter crescimento negativo. A taxa de investimento sobre o PIB não irá passar de 16 % este ano, isso nos levará para uma recessão em 2025 se nada for feito.
O primeiro semestre teve janeiro e fevereiro com poucas contratações, melhoramos a procura por média e alta gerência em março e abril, paramos em maio por causa da catástrofe do RS e voltamos a contratar em junho. Em julho, temos mês sazonal por efeito das férias de diretores na indústria, as contratações são postergadas para agosto, que dever vir aquecido por causa das vagas represadas dos últimos 3 meses.
Projeções do Banco Central indicam crescimento de 2,3 % em 2024, contra 3,9% em 2022, e 2,9% em 2023. Ou seja, a economia está esfriando, o varejo sofrível com vendas de bens semiduráveis e duráveis, máquinas e equipamentos e o mercado automotivo disputando cliente no tapa. As datas comemorativas do ano estão fracas e dá-lhe liquidação de inverno (que não houve).
O Brasil até 2022 estava entre os países que mais recebiam investimento externos; agora está entre os 20 piores países do mundo em atração de capitas, isso em apenas 1 ano e meio. A Bolsa de Valores está entre os piores investimentos do ano, déficit público aumentando exponencialmente (atentem para o rombo do INSS), estatais definhando novamente, aumento colossal de impostos, corrupção voltando às manchetes diárias, fechamento de empresas aos milhares, incertezas na gestão da política econômica, dólar nas alturas e o principal: descrença geral em relação ao futuro próximo.
O crescimento do emprego se concentra 70 % nas economias do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. São Paulo sozinho responde por quase metade dos empregos novos na indústria, comércio e serviços. O PIB do nosso Estado cresce em 2024 na faixa de 6 %, o triplo do restante do país. Parece que estamos em outro planeta.
Enquanto 46 milhões de trabalhadores com carteira assinada tiverem que carregar os outros 100 milhões que vivem do Estado, não tem mágica que resolva essa situação, é apenas a velha e fria matemática.
Só não passamos pior por causa do agronegócio exportador, que gera receitas, superávit na balança comercial e investimentos privados crescentes. Se não fossem nossos exportadores de commodities agrícolas e metálicas, estaríamos indo para o caminho da Venezuela na economia. Mesmo assim, hoje está melhor que amanhã. Toda crise gera renascimento. Acreditem, vamos sair dessa mais fortalecidos um dia. O problema são os falsos profetas que constroem as profecias.