O segundo semestre de 2023 para cargos de média e alta gerência começa em setembro.

Julho e agosto foram decepcionantes no Brasil e no mundo todo, na Europa, na China e no preço das nossas commodities agrícolas e metálicas, os grandes alavancadores de nosso superávit comercial com o mundo.

O fechamento do primeiro semestre ficou dentro das projeções, geração de 1 milhão de novas vagas, queda de 45 % no volume de contratações frente a 2022. Para alta gerência a queda foi de 55 %. Toda a indústria de transformação esperando as linhas mestras de política econômica que não vieram. Menos 400 mil empresas a menos na economia no primeiro semestre.

Agora já sabemos o que esperar do restante do ano com os números até agosto. O PIB estará próximo de 3 % de crescimento, puxado pelo segmento de serviços, pela agroindústria e serviços públicos, pois teremos eleição ano que vem e isso dá voto. A indústria de transformação isoladamente está patinando, sem crescimento no primeiro semestre e sem crescimento à vista no segundo semestre.

A maioria das vagas de Alta gerência devem retomar o fôlego perdido nos últimos meses, mas a concentração de vagas estará como sempre em serviços, atividades agrícolas e agroindústria, energia e tecnologia de produtos financeiros, segurança e meios de pagamento, com pequena melhoria da indústria de transformação essencialmente na indústria de bens de consumo.

Queda nos juros Selic, reforma tributária e arcabouço fiscal já sabemos que pouco impacto positivo causará este ano na economia, a não ser nas expectativas que podem ser positivas, graças ao Congresso.

Teremos um segundo semestre de reposição de vagas que foram suspensas, turnover natural e aposentadoria nas empresas da cadeia industrial. Investimentos direto em queda, dívida bruta subindo com déficit público crescendo, fuga de capitais da Bolsa brasileira e grande instabilidade nos preços das ações principalmente dos grupos varejistas.

Aliás o varejo é a grande decepção deste ano, população endividada, juros ainda muito altos e linhas de crédito proibitivas para o consumidor e para o varejista.

Resta focar na busca de vagas em empresas mais bem posicionadas financeiramente, que abocanham fatias de mercado da concorrência desastrada, lançam novos produtos, aumentam os investimentos e implantam novas estruturas de marketing e vendas.

Para quem acha isso tudo pessimista, temos a queda do desemprego já abaixo de 7 %, mostrando a ausência total de profissionais qualificados, como já dizíamos que aconteceria desde o segundo semestre do ano passado.

Não há mais mão-de-obra gerencial disponível para empresas de primeira linha. Quem quiser excelentes profissionais terá que tirar da concorrência ou adaptar profissionais de cargos similares, investindo em promoção interna e contratando cada vez mais na base da pirâmide organizacional.

O crescimento das contratações de alta gerência aumentam naturalmente no segundo semestre e esperamos um quadrimestre melhor, muito melhor que o final de 2022. Até porque o final de ano passado foi prejudicado pelas eleições.